Xiaomi enfrenta desafios com novo SU7 e acumula perdas financeiras

O recente lançamento do automóvel elétrico Xiaomi SU7, que inicialmente parecia promissor com cerca de 100 mil reservas em apenas 24 horas, está agora a revelar dificuldades significativas. Apesar do sucesso inicial, a realidade está a ser mais dura do que a empresa esperava, com atrasos na produção e cancelamentos em massa.

Segundo o China Money Network, a Xiaomi enfrenta sérios problemas para aumentar a velocidade de produção do SU7, o que está a resultar em longos tempos de espera para os clientes. Esta situação levou ao cancelamento de muitas reservas. Além disso, o preço altamente competitivo do SU7 está a fazer com que o automóvel se torne uma fonte de perdas financeiras para a empresa.

Atrasos prolongados na entrega

De acordo com um relatório da Goldman Sachs, os prazos de entrega do SU7, que inicialmente variavam entre cinco e oito semanas, aumentaram para 18 a 21 semanas, ou seja, aproximadamente cinco meses. No caso do SU7 Max, a versão mais avançada, o período de espera é ainda maior, chegando a 29-32 semanas, ou quase oito meses.

Esses longos prazos de entrega são uma das razões principais para o alto número de cancelamentos. Lei Jun, fundador e CEO da Xiaomi, confirmou que das 100 mil reservas recebidas, 40 mil foram canceladas devido a estes atrasos.

Dificuldades na produção

O aumento dos prazos de entrega está diretamente relacionado com as dificuldades da Xiaomi em aumentar a sua capacidade de produção do SU7. O próprio Lei Jun comparou a situação à experiência vivida por Elon Musk com o lançamento do Tesla Model 3, um dos concorrentes diretos do SU7, referindo-se a este momento como um “inferno na produção”. Embora a Xiaomi tenha anunciado que seria capaz de produzir 150 mil unidades por ano, com uma taxa de produção de uma unidade a cada 76 segundos na sua fábrica em Pequim, os resultados atuais estão aquém das expectativas.

A empresa planeia ampliar a sua fábrica em 2025, mas até lá, alcançar uma produção estável será um desafio. Atualmente, a Xiaomi solicita aos seus fornecedores um aumento no fornecimento de componentes para que possa elevar a produção de 7000 para 12 mil unidades mensais.

Perdas financeiras por unidade vendida

Com um preço inicial em torno dos 27 700 euros, o Xiaomi SU7 é significativamente mais barato que o seu principal concorrente, o Tesla Model 3. No entanto, este valor não cobre os custos reais de produção do veículo. Lei Jun admitiu que a empresa está a perder dinheiro em cada unidade vendida, o que demonstra o peso da “guerra de preços” no setor de veículos elétricos.

A Xiaomi, portanto, enfrenta um dilema: equilibrar o preço competitivo para ganhar participação no mercado enquanto lida com as perdas financeiras e tenta resolver os problemas de produção. Enquanto a expansão da fábrica pode ser uma solução a longo prazo, a empresa precisa de superar os obstáculos imediatos para garantir o sucesso do seu primeiro veículo elétrico no mercado.